segunda-feira, julho 30, 2007

Ars Magica



(SPOILERS tanto do livro Harry Potter and the Deathly Hallows quanto do filme Stranger than Fiction)

Assim que eu acabei de ler o livro Harry Potter and the Deathly Hallows, fui dominado por uma sensação incontida de orgulho, fundamentade em noções profundas do que significa erro e esperança. Em breves linhas, comecei a ler HP com uma missão inexorável: comprovar que as histórias do pelotão de Hogwarts não passavam de um folhetim adolescente perto da minha prima donna, magnus opus, my precious, idolatrada epopéia de Senhor dos Anéis. Ao final do sétimo livro me convenci: como é bom ter dado a oportunidade de se provar errado.

Me sinto na obrigação de explicar um pouco essa minha conclusão, e pra isso queria usar como muletas um filme excelente que assisti recentemente, Mais Estranho que a Ficção. Mais exatamente o seu final - e as escolhas que o motivam - fazem toda a diferença na minha opinião sobre a idéia que meu preconceito foi absurdo e bobo - sorte minha que nem eu me ouço às vezes.

Como eu espero que você saiba - odeio espalhar spoilers, mesmo inadvertidamente - esse filme trata de um cidadão que se descobre dentro de uma história. O que seria bizarro se torna trágico: a autora da história é famosa por matar seus personagens, e nosso amigo vai precisar morrer. Diante dessa crônica de morte anunciada, o cidadão embarca na filosofia carpe diem, se apaixona e se desespera tentando remediar seu destino. Chega inclusive a conhecer sua "autora", explicando sua história e as implicações que a morte daquele personagem que ela escrevia secretamente teriam, uma morte pra alguém que nunca soube viver mesmo.

O que se segue é um grande dilema para a autora: Fica claro que para a perfeição da obra, é preciso morrer. O protagonista precisa se deparar friamente com a muralha irreversível da vida e, em um gesto de cinismo, morrer para a mensagem de sua vida consolidar-se em arte. Se optasse por poupá-lo, a autora não faria arte, faria Hollywood, finais felizes, todos inclusive bem felizes para sempre. Seria uma contradição. Não seria uma mensagem hermeticamente cheia de valores para as gerações seguintes, seria sessão da tarde. Não é Möet Chandon, é Coca-cola.

Pra mim ficou claro que J. K. Rowling encontrou um dilema parecido quando escreveu Deathly Hallows. Tenho duas opções: Posso matar - e assim faço que meus personagens entrem para a história, não mais a estória, mas a história mesmo, sendo lembrada pelos anais da literatura como uma série ultra-popular que soube manter seu espírito sem fazer concessões ao "agradável", resguardando sua mensagem de inevitabilidade dos desafios e a maturidade necessária pra se encarar - e aceitar - a morte sem desviar o olhar. Posso também me render ao final feliz, e jogar a ótima oportunidade pela descarga.

Na verdade, acho que afinal a escolha não foi tão difícil. Rowling foi coerente e, ao final, lembrou a todos que se tratava da mesma história de esperança do primeiro livro. Concessões faria se traísse a magia do mundo que criou - e angariou admiradores por todo o mundo - em troco do que poderia ser uma verdade mais profunda gravada em literatura. Nem todas histórias precisam ser tristes, especialmente as adolescentes e juvenis. Elas podem acreditar em final feliz, em esperança, em superação. Isso sim é uma verdade profunda, o reconhecimento que o cinismo e o ceticismo fanático são tão manjados quanto os clichês mais batidos por aí.

Assim como no filme sobre o qual eu falava, Rowling ponderou que a arte muitas vezes é mais poderosa em seu senso comum do que em sua perfeição técnica. Do mesmo jeito que seu filho-personagem, ela enfrentou o desafio de olhos abertos e disse: não vou ceder, sou melhor que você, tenho algo em que acreditar.

Nada mau. Nada mau mesmo.

sábado, julho 28, 2007

Sound the trumpets and rejoice!


Parabéns a Daniel e Melina! Que sua felicidade seja infinita e inigualável. E de preferência, que não te impeça de continuar postando aqui. Abs do outro dono do blog e amigo mesmo distante.

keep walking!

Artur

ps. vamos, parabenizem Daniel, o casamento dele é hoje!

quarta-feira, julho 18, 2007

Cotidiano

Hoje, na hora do jantar. Na cozinha, todos em silêncio enquanto comem. Minha mãe fala ao telefone. Diante mim está o visitante que, no alto de seus 9 anos, declara:

- Tem um cabelo no meu bolo.

Olho em silêncio. Volto meus olhos para o prato enquanto respondo:

- Deve ser da minha mãe [a única pessoa com cabelos grandes na casa], ela é terrorista, eles devem voar por aí.

Silêncio novamente. Ele interrompe:

- Terrorista é daquele desenho?

Levanto os olhos e o fito com um olhar de surpresa:

- Er... olha, terroristas são bandidos que buscam derrubar Estados promovendo ações de terror, pra por medo nas pessoas...

Ele me olha, para por uns segundos e volta a comer. Se explica:

- Ah, pensei que fossem monstros.

- É. Bandidos.

Requiem

AMNESTY INTERNATIONAL PRESS RELEASE
AI Index: MDE 13/087/2007
17 July 2007

Amnesty International has just learned that 18-year-old Sina Paymard, who was sentenced to death in Iran for a crime committed when he was just 16 years old, may be executed within the next few hours.

"Should this execution be carried out it would be in complete violation of international law," said Malcolm Smart, Director of Amnesty International's Middle East and North Africa Programme. "It would also be a morally unjustifiable, abhorrent act carried out by a government against one of its young citizens."

"The Iranian government must take immediate steps to halt this execution."

Sina Paymard, a musician, was nearly executed in September last year for murder. On the gallows, Sina's last request was to play the ney (a Middle Eastern flute) for the last time. The family of the victim was so moved by his playing that they granted him a last minute reprieve. Instead, they asked for 150 million toumans (over $US 160,000) as compensation. Sina's family, however, has not been able to raise the full amount.

segunda-feira, julho 16, 2007

O Futuro


Hoje tive uma das minhas idéias excêntricas (megalomaníacas/insanas/bizarras/legais - dependendo do quanto você gosta de mim) que vou tentar depurar mais tarde. Mas no meio desse pensamento me surgiu uma pergunta que me pareceu interessante. Questionei a Daniel (DB), que sugeriu que eu postasse aqui e fizesse uma pesquisa. Pois bem, conhecendo meu/nosso público, sei que se trata de jovens, e isso me basta.

A pergunta é a seguinte: "como você se sente como o futuro do país do futuro?". Eu sei que esse termo não é exatamente criativo, mas o ponto é precisamente a sinceridade da sua resposta. Você, João ou Maria, Vitor ou Ana, brasileiro e brasileira mundano(a) e banal, como se sente sendo o futuro de um país predestinado a acontecer? Como se sente nas engrenagens dessa profecia? Não posso falar mais senão vou começar a dar idéias.

Não é só uma questão de política, de fazer sua parte na democracia. É um ritual de transição pra a vida adulta, do dever-ser para o ser. Não olhar pra o que você poderia ser quando crescesse, mas ou sê-lo ou se afogar na frustração. E afinal, o futuro está longe? Ou uma pergunta que faz mais sentido pra mim, talvez não faça sentido algum pra vocês: você consegue se sentir incluso no conceito de país? Fora meu charmoso sotaque, tenho a etiqueta made-in-brazil?

Indiferente do dilema "nacionalismo/patriotismo é bom?", só me pergunto aonde queremos ir, para enfim começarmos a criar nosso próprio "estilo régio", nossa convicção do que seremos e podemos esperar do futuro.

quarta-feira, julho 11, 2007

Para um bom modeleiro, meia palavra basta

Acabo de enviar um dos e-mails mais pitorescos (!) que já escrevi:
Irmão na fé e nas guerras de liberação nacional,

Aí os números da Condessa do Crato

(84) ********/********

Contudo, acho que ela não vai não. Ela era a dupla do Imperador, antes de Tito. Não sei se ela vai poder ir.

abraços denesuline,

A.

Surreal.

*** UPDATE ***

E veio a resposta:

Cardeal Ottaviani,
Pois foi o próprio Imperador quem disse que ela queria ir! Ligarei então.
Mas que confusão absurda de espaço-tempo!
hahahaha
Muito obrigado.
Abraços do
Presidente da República Mariana

Mas que admirável e bizarro mundo modeleiro, este em que vivemos...



Velhos espelhos, parte um.

Hoje eu parei para constatar muitas coisas. Geralmente eu constato várias por dia, mas hojes foram tantas que eu parei.

1) O Blog passou de um ano de "vida" e eu nem notei. Parabéns a nós! Um ano e dois meses de atividade eventual. Em breve teremos o casamento de DB, mais um motivo de festa!

2) Descobri isso pensando em escrever algo sobre a E3. Se você fuçar os arquivos de Maio de 2006, encontrará alguns comentários sobrea feira mais legal do mundo. Acontece que a E3 como a conhecemos acabou, não existe mais. Hoje existe uma mini-feira, com menos custos, voltada somente para a imprensa. É um gosto amargo, como se o Oscar fosse transmitido pontualmente ou resolvessem fazer um OVA matando Seiya.

3) Li Kuo, um dos editores do Gamespy, escreveu uma matéria sobre os dez maiores medos da E3. Óbvio que se referem a várias formas de perder a feira, ou seja, coisas absurdas que poderiam acontecer (em um crescendo, desde ficar doente até ser abduzido) que te impedissem de estar lá e presenciar essa verdadeira nerdfest. De todas as dez fontes do pavor supremo, a mais tenebrosa - e ao mesmo tempo, a mais humana - é a primeira: qual o maior medo? Perder o amor por isso tudo. Perder o amor por qualquer coisa é sem dúvida, o fim do mundo. Já disse Neil Gaiman, o mundo sempre está acabando pra alguém.

4) Estamos ficando velhos, não? Durante esse ano já abordamos várias futilidades e coisas interessantes por aí. Por enquanto tem sido muito proveitoso pra mim, quase uma terapia. Mas uma pergunta subsiste: vamos perder o amor um dia? Na falta de uma resposta objetiva, preciso me render ao poeta e dizer "que seja eterno enquanto dure"?

Quantas dúvidas. É o termômetro inconsciente do cientista questionando a natureza das coisas, mesmo sabendo que, no final de contas, não há como se chegar a lugar nenhum.

terça-feira, julho 10, 2007

Clipping 008

Misterioso filantropo espalha dinheiro em banheiros públicos do Japão

TÓQUIO, 10 jul (AFP) - Vários envelopes com dinheiro e um bilhete pedindo para quem os achasse realizar boas ações foram encontrados nos últimos dias em alguns banheiros públicos do Japão.

Os envelopes, cada um com 60 euros, foram achados nos banheiros públicos do município de Kawaguchi, norte de Tóquio. Nos envelopes também havia cópias de uma carta anônima escrita a mão, em japonês, afirmando: "Saibam tirar proveito da herança dos 60 euros aqui contida, para instruir seu crescimento pessoal".

"Por favor, comprometa-se com um coração generoso com qualquer tipo de boa ação. Que tenham serenidade", acrescenta o texto.

Ao todo foram encontrados outros envelopes com cerca de 1.600 euros.

As autoridades desconhecem se há mais envelopes deixados em outras partes do país e cuja existência foi silenciada pelos afortunados usuários.

No entanto, na melhor tradição japonesa, muitas pessoas que encontraram os agradáveis envelopes os entregaram à polícia.

O dinheiro não foi reclamado até o momento.

domingo, julho 08, 2007

Marijuana overdose




"really really really really slow"

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sexta-feira, julho 06, 2007

Vox Populi, Vox Dei

U.S. Hits 300 Million People

The U.S. Census Bureau estimates that the U.S. population reached 300 million today at 7:46 am. What do you think?

Old Man

Brandon Kelvin,
Heating Installer
"That's great. I'm like three guys short for my poker game this Thursday."

Young Woman

Clarissa Benjamin,
Bus Driver
"We could always give Minnesota its independence. That would trim it back some, and I've always hated those guys."

Asian Man Owen Last,
Dry Cleaner
"Thank God we have the second-highest infant-mortality rate in the industrialized world, or else we'd be screwed

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A solução definitiva para seus problemas amorosos


quinta-feira, julho 05, 2007

Wishlist 001



E se você tivesse infinitos metros de papel-bolha para estourar?

A Bandai (sim! a mesma dos bonecos dos Cavaleiros do Zodíaco) inventou o PuchiPuchi, um gadget que simula a sensação - inclusive sonora - de estourar papel bolha.

A gigante dos brinquedos contou com a ajuda de um fabricante real do produto para conferir maior fidelidade ao PuchiPuchi.


Pô, eu até curto papel-bolha, mas isso deve ser muito melhor. Ó só no cartaz abaixo a felicidade de quem ganhou um:



Encomende já o seu >>> (011) 1406

Post de bolso