O divórcio
Sim, eu lembro como se fosse ontem. Sabe aquela sensação que todo mundo tem de não saber exatamente se deixar comandar pela emoção ou pela razão? Ou melhor, não saber pra qual dar o comando, você me entendeu. Poisé, eu não sou assim. Eu sou o divórcio entre a emoção e a razão. Eles raramente de encontram, e nunca conversam demais. Cada um no seu canto, e eu no meio. Mas aquele dia foi especial. Eu entrei no bar sozinho, era quase meia noite. Era um lugar bem descolado, cheia de gente mais bonita que eu e mais enfumaçado que uma chaminé. Não lembro direito como fui parar lá, acho que simplesmente deu na telha. Bar novo, perto de casa, fui conferir. Entrei meio tímido, deixei meu casaco ao lado da porta. Tomei o cuidado de retirar minhas chaves e meus objetos pessoais que geralmente esqueço nos bolsos, não conheço esse lugar, sabe lá quem frequenta isso aqui. Se bem que aparentemente esse pessoal tem dinheiro o suficiente pra comprar tudo o que eu tenho em cerveja, então eu imaginei que era um cuidado fútil. Não importa, às vezes eu gosto de cuidados fúteis, me fazem sentir dono da situação, no controle, como um jogador de xadrez, tudo planejado. Tenho trocentos deles, depois eu te digo. Mas então, voltando, eu entrei meio sem jeito e fui sentar no balcão. Antes que o barman puxasse o ar necessário pra me perguntar eu já tinha uma nota em cima da mesa e uma bebida na ponta da língua, mesmo que até então somente no sentido figurado. A nota era alta, ele perguntou se eu tinha trocado. Claro que eu tinha, só queria causar boa impressão. Chegar abalando, você sabe. Mostrar que não sou menor que esses riquinhos, que ele devia me tratar bem. Sentei e, enquanto esperava o produto da habilidade do barman com drinks exóticos, dei uma boa olhada no ambiente. Alguns casais espalhados no salão, uma mesa longe cheia de gente rindo e se divertindo, uma pequena pista de dança e um homem enorme e mal-encarado no balcão ao meu lado, alguns bancos depois. É, o bar parecia legal, mas de um jeito meio torcicolo. Não sei se esse termo existe, mas sabe quando você vê algo muito bonito, mas tá com torcicolo? Fica com aquele negócio incomodando? Então, o bar nem era tão bonito assim, mas tinha essa sensação de algo errado esparramada em tudo, como se aqueles chuveirinhos do sistema de incêncio tivessem sido ativados e jogado uma espécie de óleo de peroba. Não consigo descrever melhor que isso, meu chapa, desculpe, mas você entendeu. Então, o barman me trouxe a bebida em pouco tempo, veio com um guarda-chuvinha verde e vermelho, cores totalmente ausentes no bar inteiro, curiosa e coincidentemente. Eu joguei uma moeda pra ele e fiz o sinal internacional da gorjeta. Ele sorriu e jogou a gorjeta em uma espécie de balde, deve ser uma vaquinha de natal, sei lá. Fiquei nessa por uns vinte minutos. Bebi o drink, muito bom, por sinal. Dei mais uma olhada no ambiente. Os mesmos casais, alguns inclusive bem animados, se é que você me entende. A mesa grande já estava com a conversa adiantada, quase arrefecida. Não ficariam lá nem meia hora, apostei. E perdi, ficaram uns quarenta minutos. Mas como não tinha apostado com ninguém, eu ganhei. Na pista de dança, a coisa também tava mais quente, mas não tinha muita gente não. Na porta de entrada, ninguém entrava. Ninguém. E eu fiquei lá, esperando que alguém entrasse pra me tirar da minha solidão e da minha miséria. Não que eu fosse o tipo de cara desesperado assim, mas naquele momento eu tinha entrado numa espécie de torpor, ao mesmo tempo que tinha iniciado uma certa catarse. Eu olhei pra porta convidando a primeira pessoa a entrar a sentar do meu lado e dizer o que há de errado comigo. Prometi a mim mesmo que ouviria tudo, toda espécie de críticas e reprovações. Se fosse um cara eu seria seu melhor amigo, se fosse uma moça eu seria seu maior devoto, sua maior paixão. E algo me dizia que era a hora certa, o lugar certo, que as forças cósmicas me guiaram com um propósito elegante a este lugar. E com esse acaso, esse evento predestinado, essa pessoa me completaria. Eu me sentia pronto, só faltava ela entrar por aquela porta clichê desse bar blasé. E será mais uma alma perdida, tenho certeza. Mas ninguém entrou. Fiquei parado nessa posição por malditos dez minutos, impassível, e ninguém entrou. Cada minuto eu mentalizava várias pessoas fazendo esse trajeto, e ninguém entrou. Mas alguém saiu.
O homem grande e feio saiu sem fazer alarde, tanto que eu nem notei que ele já tinha se levantado e saiu. Bom, ao menos o sociopata foi embora e eu posso olhar pro lado de lá do bar sem ter medo de alguém enfiar um palito de dentes com uma azeitona no meio da minha retina. Suspirei decepcionado e me virei pra pedir mais uma bebida ao barman. Aliás, duas, meu santo tá precisando se mexer. Quando olhei pro lado em que antes estava o gigante obtuso, notei algo novo: uma moça. Sozinha. Ela usava um vestido preto curto e parecia estar entretida com um copo de whisky vazio. Não é figura de linguagem, ela realmente estava entretida com o bendito copo. Literalmente. Ela deitara o queixo no balcão e estava olhando o copo como uma criança encantada com um aquário. Como bom cavalheiro que sou, eu não podia ficar parado. Sussurrando, pedi ao barman que servisse à moça uma dose do whisky. Me aproximei e disse a ela que não precisava agradecer pelos peixes. Se levou um susto não demonstrou. Se limitou a me olhar e agradecer. Ela se levantou da sua pose exótica e se sentou com uma postura mais sociável. Tinha um sorriso muito bonito, mas muito, muito triste. Naquele instante descobri duas coisas antagônicas e impressionantes: toda a sensação de "torcicolo", de desajuste, de disritmia, vinha daquela mulher. Não peça pra explicar, mas vinha. Parecia que se eu me concentrasse o bastante ia ver atrás daquela máscara um diabo bem feio que se escondia, encastelado. Eu não sou sensitivo nem acredito nessas frescuras, mas foi desse jeito. Algo nela exalava a mais profunda tristeza. Bom, a segunda coisa era que eu não precisava mais olhar pra porta, a minha salvação sentava ao meu lado e bebia um
copo de whisky puro, bebendo ao fim do mundo em cada gole.
Conversamos sobre vários assuntos por algumas horas. Ela era inteligente e divertida, apesar do aspecto abatido. Todo meu cansaço sumiu, e meu único medo era de precisar ao banheiro e ter de me separar da minha companheira de noite desvalida. Quando a mesa grande já estava sendo desmembrada em mesinhas, os casais já tinham ido fazer suas coisas de casais em outros ambientes mais apropriados e a pista de dança só tocava baladas grudentas dos anos 80, eu comecei a me aterrorizar com a perspectiva do bar fechar. Algum momento isso ia acontecer. Lembro bem de ter pensado nisso. Pensei também: "que importa, tenho de aproveitar o momento, quando o futuro chegar eu lido com ele". Aparentemente as mesmas forças cósmicas que me trouxeram aqui sentiram o meu nervosismo e resolveram me poupar do meu sofrimento, a resposta pra minha questão do que aconteceria acabou sendo entregue mais cedo, bem mais cedo que eu queria. O homem grande e feio voltou. Na verdade eu só percebi quando ele estava segurando o braço da moça com aquela mão imensa e horrível, cheia de pelos, suja e fedorenta. Eu comecei a ficar nervoso só de ver. Os dois tiveram uma discussão muito rápida, e eu vi que ele queria levar ela embora. Eu me meti no meio e disse que ele não ia levar ela embora de jeito nenhum. O cretino se virou pra mim e perguntou o que eu ia fazer com ele. Idiota. Eu só me lembro de ter pulado no pescoço do infeliz. O cara era bem maior que eu mas eu não contei conversa, me agarrei no pescoço dele e comecei a socar do jeito que pude. Eu me senti como uma formiguinha tentando morder um urso enorme, imenso. Ele me deu um soco que quase me desmontou, mas eu agarrei firme. Fechei os olhos e pensei na noite, em tudo que passei até lá, até aquele momento. Olhei pra moça e ela me olhou com um jeito estranho. Uma espécie de pena, mas com algum carinho. Um jeito condescendente que eu não sei explicar, inclusive até hoje eu nunca entendi o que ela quis dizer. Eu tava lá, lutando por ela, ou ao menos pela ilusão daquele nosso reino imaginário construído em poucas horas num balcão de bar, a ilusão que poderíamos nos completar, e talvez juntos até sermos alguém. E ela me olhava com uma tristeza resignada. E no meio da minha briga com o infeliz, ele me arremessou contra uma parede. E isso doeu. Bastante. Quebrei umas quatro vértebras, incluindo uma vértebra flutuante que perfurou meu pulmão. Não sei quanto tempo consegui ficar consciente, mas sei que guardo na memória esse olhar enigmático daquela moça, que nunca cheguei a saber o nome. Também vi algumas pessoas segurarem o bandido, e acho que foi isso que me deu paz. A sensação que pela primeira vez consegui proteger alguém, fui responsável, salvei o dia. Naquele momento eu descansei, e deixei meu corpo desligar, enquanto olhava praquele rosto profundo e desejava que fosse esta uma visão eterna. Quando acordei, estava aqui, nesse hospital. Meu médico disse que os machucados foram complicados, que eu quase não sobrevivi, acredita? Por isso precisei ficar aqui tanto tempo, quase um mês. Mas já vou embora semana que vem, ainda bem. Não aguento mais esse lugar. As pessoas aqui são tão frustradas, parece que não entendem que doenças acontecem por razões irrelevantes, você só precisa seguir vivendo, e descobrir o significado disso a cada dia. Eu sei disso porque eu sei dissociar a emoção e a razão, eu já te disse. Cada qual em seu lugar. Meu mundo é um só, e é um mundo onde tudo tem seu devido lugar. E tudo faz sentido porque eu sei que um dia eu pedi ao destino que me consertasse. Ele me estendeu a mão e eu o saudei. Você não concorda?
Do outro lado da sala o homem ouvia o relato com parcimônia. Em suas mãos uma ficha detalhada: Nome, idade, e todos os detalhes do interno. O homem estava lá há 8 anos. Segundo o relatório, foi preso numa briga de bar. Aparentemente ele conversava com uma prostituta quando ela foi abordada pelo seu cafetão. Ela se recusoua ir, sendo esbofeteada prontamente pelO cafetão. O interno gritou alguma coisa, e o cafetão o desafiou. Pelo que diz nos documentos da polícia, o homem ficou parado, numa espécie de torpor. O cafetão levou a mulher embora sem nenhum impedimento. O interno entrou em estado catatônico e só foi removido do local pela polícia, a pedido do dono do estabelecimento. Por aproximadamente quatro anos ele vivou no hospital psiquiátrico como um vegetal, sem nenhuma reação ou qualquer ato racional, nem nas suas ocupações básicas, precisando de atenção total do corpo de enfermaria. Então acordou. Desde então tem tido melhora progressiva, recuperando o convívio social sem maiores transtornos. O único problema parece ser relativo ao incidente: vários profissionais avaliadores relataram diversas histórias explicando o ocorrido. De comum a todas, só dois fatos: a defesa de sua amada idealizada e um rosto misterioso, complacente. O avaliador olhou mais uma vez o paciente, que sorria de forma otimista. "Meu caro", falou pausadamente "espero que você não se irrite comigo,mas vai precisar de observação por mais um tempo. Você ainda não está pronto pra sair." Rabiscou alguma coisa no papel, dando baixa na décima nona avaliação do interno, e marcando a seguinte pro próximo semestre. "Mas você vai ver, o tempo passa num instante".
"Tem problema não, doutor"- respondeu o interno, sereno - "Já te disse que não misturo as coisas. Ainda mais, não tou esperando mais nada. Até ganho mais tempo pra tentar entender o que ela queria me dizer..."
O homem grande e feio saiu sem fazer alarde, tanto que eu nem notei que ele já tinha se levantado e saiu. Bom, ao menos o sociopata foi embora e eu posso olhar pro lado de lá do bar sem ter medo de alguém enfiar um palito de dentes com uma azeitona no meio da minha retina. Suspirei decepcionado e me virei pra pedir mais uma bebida ao barman. Aliás, duas, meu santo tá precisando se mexer. Quando olhei pro lado em que antes estava o gigante obtuso, notei algo novo: uma moça. Sozinha. Ela usava um vestido preto curto e parecia estar entretida com um copo de whisky vazio. Não é figura de linguagem, ela realmente estava entretida com o bendito copo. Literalmente. Ela deitara o queixo no balcão e estava olhando o copo como uma criança encantada com um aquário. Como bom cavalheiro que sou, eu não podia ficar parado. Sussurrando, pedi ao barman que servisse à moça uma dose do whisky. Me aproximei e disse a ela que não precisava agradecer pelos peixes. Se levou um susto não demonstrou. Se limitou a me olhar e agradecer. Ela se levantou da sua pose exótica e se sentou com uma postura mais sociável. Tinha um sorriso muito bonito, mas muito, muito triste. Naquele instante descobri duas coisas antagônicas e impressionantes: toda a sensação de "torcicolo", de desajuste, de disritmia, vinha daquela mulher. Não peça pra explicar, mas vinha. Parecia que se eu me concentrasse o bastante ia ver atrás daquela máscara um diabo bem feio que se escondia, encastelado. Eu não sou sensitivo nem acredito nessas frescuras, mas foi desse jeito. Algo nela exalava a mais profunda tristeza. Bom, a segunda coisa era que eu não precisava mais olhar pra porta, a minha salvação sentava ao meu lado e bebia um
copo de whisky puro, bebendo ao fim do mundo em cada gole.
Conversamos sobre vários assuntos por algumas horas. Ela era inteligente e divertida, apesar do aspecto abatido. Todo meu cansaço sumiu, e meu único medo era de precisar ao banheiro e ter de me separar da minha companheira de noite desvalida. Quando a mesa grande já estava sendo desmembrada em mesinhas, os casais já tinham ido fazer suas coisas de casais em outros ambientes mais apropriados e a pista de dança só tocava baladas grudentas dos anos 80, eu comecei a me aterrorizar com a perspectiva do bar fechar. Algum momento isso ia acontecer. Lembro bem de ter pensado nisso. Pensei também: "que importa, tenho de aproveitar o momento, quando o futuro chegar eu lido com ele". Aparentemente as mesmas forças cósmicas que me trouxeram aqui sentiram o meu nervosismo e resolveram me poupar do meu sofrimento, a resposta pra minha questão do que aconteceria acabou sendo entregue mais cedo, bem mais cedo que eu queria. O homem grande e feio voltou. Na verdade eu só percebi quando ele estava segurando o braço da moça com aquela mão imensa e horrível, cheia de pelos, suja e fedorenta. Eu comecei a ficar nervoso só de ver. Os dois tiveram uma discussão muito rápida, e eu vi que ele queria levar ela embora. Eu me meti no meio e disse que ele não ia levar ela embora de jeito nenhum. O cretino se virou pra mim e perguntou o que eu ia fazer com ele. Idiota. Eu só me lembro de ter pulado no pescoço do infeliz. O cara era bem maior que eu mas eu não contei conversa, me agarrei no pescoço dele e comecei a socar do jeito que pude. Eu me senti como uma formiguinha tentando morder um urso enorme, imenso. Ele me deu um soco que quase me desmontou, mas eu agarrei firme. Fechei os olhos e pensei na noite, em tudo que passei até lá, até aquele momento. Olhei pra moça e ela me olhou com um jeito estranho. Uma espécie de pena, mas com algum carinho. Um jeito condescendente que eu não sei explicar, inclusive até hoje eu nunca entendi o que ela quis dizer. Eu tava lá, lutando por ela, ou ao menos pela ilusão daquele nosso reino imaginário construído em poucas horas num balcão de bar, a ilusão que poderíamos nos completar, e talvez juntos até sermos alguém. E ela me olhava com uma tristeza resignada. E no meio da minha briga com o infeliz, ele me arremessou contra uma parede. E isso doeu. Bastante. Quebrei umas quatro vértebras, incluindo uma vértebra flutuante que perfurou meu pulmão. Não sei quanto tempo consegui ficar consciente, mas sei que guardo na memória esse olhar enigmático daquela moça, que nunca cheguei a saber o nome. Também vi algumas pessoas segurarem o bandido, e acho que foi isso que me deu paz. A sensação que pela primeira vez consegui proteger alguém, fui responsável, salvei o dia. Naquele momento eu descansei, e deixei meu corpo desligar, enquanto olhava praquele rosto profundo e desejava que fosse esta uma visão eterna. Quando acordei, estava aqui, nesse hospital. Meu médico disse que os machucados foram complicados, que eu quase não sobrevivi, acredita? Por isso precisei ficar aqui tanto tempo, quase um mês. Mas já vou embora semana que vem, ainda bem. Não aguento mais esse lugar. As pessoas aqui são tão frustradas, parece que não entendem que doenças acontecem por razões irrelevantes, você só precisa seguir vivendo, e descobrir o significado disso a cada dia. Eu sei disso porque eu sei dissociar a emoção e a razão, eu já te disse. Cada qual em seu lugar. Meu mundo é um só, e é um mundo onde tudo tem seu devido lugar. E tudo faz sentido porque eu sei que um dia eu pedi ao destino que me consertasse. Ele me estendeu a mão e eu o saudei. Você não concorda?
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Do outro lado da sala o homem ouvia o relato com parcimônia. Em suas mãos uma ficha detalhada: Nome, idade, e todos os detalhes do interno. O homem estava lá há 8 anos. Segundo o relatório, foi preso numa briga de bar. Aparentemente ele conversava com uma prostituta quando ela foi abordada pelo seu cafetão. Ela se recusoua ir, sendo esbofeteada prontamente pelO cafetão. O interno gritou alguma coisa, e o cafetão o desafiou. Pelo que diz nos documentos da polícia, o homem ficou parado, numa espécie de torpor. O cafetão levou a mulher embora sem nenhum impedimento. O interno entrou em estado catatônico e só foi removido do local pela polícia, a pedido do dono do estabelecimento. Por aproximadamente quatro anos ele vivou no hospital psiquiátrico como um vegetal, sem nenhuma reação ou qualquer ato racional, nem nas suas ocupações básicas, precisando de atenção total do corpo de enfermaria. Então acordou. Desde então tem tido melhora progressiva, recuperando o convívio social sem maiores transtornos. O único problema parece ser relativo ao incidente: vários profissionais avaliadores relataram diversas histórias explicando o ocorrido. De comum a todas, só dois fatos: a defesa de sua amada idealizada e um rosto misterioso, complacente. O avaliador olhou mais uma vez o paciente, que sorria de forma otimista. "Meu caro", falou pausadamente "espero que você não se irrite comigo,mas vai precisar de observação por mais um tempo. Você ainda não está pronto pra sair." Rabiscou alguma coisa no papel, dando baixa na décima nona avaliação do interno, e marcando a seguinte pro próximo semestre. "Mas você vai ver, o tempo passa num instante".
"Tem problema não, doutor"- respondeu o interno, sereno - "Já te disse que não misturo as coisas. Ainda mais, não tou esperando mais nada. Até ganho mais tempo pra tentar entender o que ela queria me dizer..."
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2 Comments:
meu caro, esses ares tão mesmo lhe fazendo bem. gostei muito :)
wow
mas que meio triste
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