sábado, março 31, 2007

A importante arte e ciência de estar ou ser errado


por Wagner Artur



Um dos conceitos mais interessantes que Adam Smith - entre zilhões de outros conceitos interessantíssimos - usa é a predisposição do homem ao sucesso, ou melhor, a preferência deste áquele, ou vice-e-versa. Segundo ele, você deve sempre levar em conta o magnetismo que o vencedor exerce sobre os demais. Como uma aura, o caminho do vencedor se ilumina dando uma espécie de dica subtendida: faça o que faço.

Uma das figuras mais curiosas da Bíblia é o apóstolo Saulo de Tarso, mas conhecido como Paulo, aquele que escreveu as epístolas do Novo Testamento. Primeiro por ter sido um grande vira-casaca, deixou de perseguir os cristãos pra defendê-los, segundo por ser o homem forte que pôs a igreja - como instituição - nos eixos. Mas um terceiro ponto, que eu acho mais capcioso é desconhecido pela mitologia cristã padre-marcelística. Paulo disse expressamente que tinha um espinho em sua carne, que sempre serviria pra pô-lo nos eixos, "mostrar quem manda", e não deixá-lo jamais ser tomado pela ânsia de fazer uso do seu poder de influência com motivos privados. A natureza desse "espinho" é alvo de intenso debate. Aceita-se que é uma metáfora pra algo que o incomodava, mas ele não podia se livrar. Algo pra fazê-lo lembrar de sua hmanidade, seu caráter e sua missão.

Se me permitem, eu tenho minha opinião - amadorística, frise-se - sobre o que danado era esse entrave. Pra mim devia ser tipo um pecadinho bobo. Teria sido gula? Será que ele não conseguia deixar passar um coelhinho assado no ponto? De repente ele contava histórias de pescador e a baleia de Jonas nunca passou de uma truta. Talvez ele passasse horas se admirando à beira de um lago, tal qual Narciso. Sim, claro que ele tinha todas suas obrigações morais de líder da Igreja, grande apóstolo e etcetera etcetera etcetera, e tal função exigia dele total compromisso - incluindo celibato - e tamanha abnegação ao ponto de rechaçar quaisquer desses hábitos mundanos. Mas talvez o ponto seja justamente esse: Talvez a melhor forma de garantir que seu servo mais fiel fosse o mais íntegro fosse garantir, já de partida que ele seria - ao menos em parte - silenciosamente errado.

Eu acredito sinceramente que minha geração - eu incluso - perdeu o senso da importância do erro. Talvez pelo mesmo glamour identificado por Smith, o fulgor do sucesso brilha muito forte em nossa geração cyber-acelerada. E qual o papel do erro nessa história? O erro nasce da coragem e cria a educação. Não que todos os erros tenham sido cometidos com coragem ou que você sempre aprende após errar, mas na maioria das vezes você se arrisca e perde, e depois aprende. Erros são forças motrizes de desenvolvimento pessoal que nos permitem crescer mais em zonas mais catastróficas. Dia desses eu lia um blog de um maratonista amador de natal, um médico, que dizia que toda corrida causa danos ao corpo humano. Mas ele se recupera, e volta mais forte. Assim, esse intermezzo na verdade se compõe de um dano, que provoca uma reação contrária que não só conserta o dono como deixa a estrutura toda mais forte, mais estável.

Saber errar é ter consciência disso. É saber que ás vezes você precisa opinar, e que há chances que suas escolhas se demonstrem infelizes. Saber errar é saber que a possibilidade de perder não é o bastante para impedir de tentar. Saber errar é ter ciência que somos humanos, e não raro nos colocamos em matizes sociais tão complexas que chamar algo de verdade é extremamente cáustico, delicado e precário.

Contudo, talvez o mais importante seja justamente, reconhecendo a beleza e a glória proveniente - finalísticamente, claro - do erro, aprender a tolerá-lo nos outros. Vocês já estão cansados de me ouvir citar que "o inferno são os outros". Mas nesse caso, em que de repente podemos descobrir que a verdade nos foge e nós caímos no erro, o inferno é não reconhecer em nossas palavras uma teoria relativa, cuja glória e pujança - nos padrões de Smith - não será absoluta a ninguém. É nessa incerteza que confiamos nossa humanidade. O inferno é pensar que se é o único a ver em uma terra de cegos, isso sim, uma impenetrável solidão.

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Hoje, ontem, e o dia antes de ontem.




por Wagner Artur


Hoje eu acordei por volta das onze horas da manhã. Olhei ao meu redor, enquanto esfregava o rosto. Meu celular não estava lá. Diabos. Do lado dele deveria estar o telefone sem fio daqui de casa. Também não estava lá. Putz. Eu deixei os dois lá antes de dormir, tarde da madrugada, pois esperava uma ligação logo cedo, na madrugada das oito da manhã, de um amigo que viria assistir uns filmes aqui em casa. Cowboy Bebop, e outros. Waking Life, talvez. Tem aquela citação do início do filme de Cowboy Bebop: "He was just all alone. He couldn't enjoy a game with anyone else. Like living in a dream... That's the kind of man he was...".

Ontem eu acordei umas seis e meia da manhã. Olhei ao meu redor. De um lado um amigo estava acordando na cama ao lado sintonizando em sua própria rádio mental como um radialista chamando a sociedade pra viver seu dia. Costume dele, ele sempre foi assim, alegre, ao menos era a aparência, Deus sabe como essas coisas podem distanciar pra caramba da realidade. Do outro lado, o nosso colega de quarto se virava em sua cama, talvez se debatendo procurando alguma forma de esquecer que o dia longo começava. Nós nos levantamos lentamente, tomamos o café da manhã e subimos correndo pra vestir nossos trajes de guerra. Outro amigo, no quarto do outro lado do corredor, em reclamar da minha gravata, bem típico dele. Ele me empresa uma azul, mais apropriada, e me explica a riqueza dos nós de gravata. Eu obviamente me perdia absorto com minhas inseguranças sobre meu estudo, desempenho, e minha capacidade. Todo mundo na correria, o show ia começar, e eu, com pasta crachá e tudo, corria com o pessoal pensando como o dia começou silencioso.

(...)

No dia antes de ontem eu saia de casa um pouco assustado, um pouco ansioso, pra faculdade. Usava minha camisa uniforme-de-calouro (aprovado 2001), sob o pretexto de "não vai ter problemas se estragar no trote". O mês era outubro, não costuma chover. Andava bem quente. Eu entrei na sala, cheia de gente sem nome, que eu nunca tinha visto na vida. Vi um cidadão com o caderno em cima da carteira, olha só, insígnia dos Presas de Prata. Se você não sabe o que é, vai continuar sem saber. O importante é que eu sabia, e isso já me deixou mais perto de casa. Não lembro bem qual foi a aula. Lembro porém, de sair na hora do intervalo, passar o corredor H, indo em direção ao G. Em frente ao G havia uma banquinha, com alguém - cuja fisionomia não lembro - com uma lista com o nome de um monte de gente e outro monte de países. Eu perguntei o que
era. "É a SOI, um evento aqui do curso. Quer se inscrever como delegado?" "Quanto custa?" "Dez reais" "Sei... mais tarde eu passo, tou sem dupla" "Tá bem". Muitos pensamentos de admirável mundo novo. Fazem parte de ontem, de hoje, e do amanhã.

Amanhã foi um dia bom. Depois do almoço eu fui pro estágio, tomei fabuloso capuccino da dona Maria, e enfiei minha cara em dois processos. Fiquei a té um pouco depois do horário, como geralmente fico, e depois fui de ônibus pra casa. Senti a falta de não ter levado livro nenhum pra ler no caminho. Fiquei pensando no mestrado, na graduação, no tempo como um todo. Como é bom rever velhas esperanças.

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25 MANEIRAS DE ENGANAR A MORTE


- Mataram o Capitão América!
- Oh, meu Deus!...er... quer dizer, filhos das puta!


Em primeiro lugar, antes de tudo, o texto abaixo não é meu, mas como achei deveras engraçado, resolvi traduzir (e/ou adaptar quando necessário) do blog onde o encontrei. Toda essa comoção em torno da morte do Capitão América nós, leitores de quadrinhos conscientes, sabemos que não quer dizer nada, pois para ressuscitar-se um herói só é preciso um estalar de dedos, portanto aí vão 25 soluções para a morte do velho Capitão américa:

01 - O morto não era o verdadeiro Capitão, era um Skrull

02 - Depois de ser enterrado em Arlington, os restos mortais do Capitão, impregnados da fórmula do supersoldado, se mistura com uma massa crítica de patriotismo e volta à vida como... The Arlington Thing! (TM).

03 - Substitui-se o Capitão por uma versão mais jovem sua, vinda de outra dimensão. Sempre funciona.

04 - Não era o verdadeiro Capitão, era um andróide orgânico.



- Mataram o Capitão América!
- De novo?!


05 - O Capitão ressuscita misteriosamente ao terceiro dia, sem nenhuma explicação aparente.

06 - Seu cadáver é mordido por uma aranha radioativa e ele retorna à vida como o Capitão-Aranha!

07 - O morto não era o verdadeiro Capitão e sim uma manifestação do Cubo Cósmico.



- Mataram o Capitão América!
- Sim, agora conta uma novidade!


08 - No próximo número sai Ed Brubaker dizendo que não está se sentindo muito bem, e a série continua como nada tivesse acontecido, com o Capitão América vivinho.

09 - O morto não era o verdadeiro Capitão e, sim, um Fantasma do Espaço.

10 - Ele é subistituído por um Capitão mais jovem, vindo do passado...naaahhh... isso seria demais da conta. Não se atreveriam. Não com o Capitão. Impossível, tô dizendo...

11 - No enterro do Capitão, o Homem de Ferro coloca sobre seu túmulo uma rosa contendo lágrimas de tristeza, quando de repente ela se abre e o Capitão pula dela alegremente de dentro dela e grita "PEGADINHA!"



- Mataram o...
- Tá, tá, tá! Já sei, mataram o Capitão América!



12 - O morto não era o verdadeiro Capitão, e sim um clone.

13 - Aparece Steve Rogers, Jr., o filho secreto do Capitão América, que
a) manteve-se no anonimato até este exato momento.
b) mostra ser extremamente parecido com seu pai.
c) não tem mais nada de bom pra fazer mesmo, então se transforma no novo e vibrante Capitão América!

14 - O morto não era o verdadeiro Capitão, era a Força Fênix.

15 - Descobre-se que toda a vida do Steve Rogers que conhecemos na verdade aconteceu em uma realidade paralela. Na Terra verdadeira o Capitão acaba de tirar os Vingadores de um bloco de gelo.



- Mataram o Capitão América!
- Zzzzzzzzz...


16 - O morto não era o verdadeiro Capitão, era um ator contratado

17 - O Doutor Estranho envia o Hulk ao reino dos Mortos com uma corda amarrada ao pulso. Hulk dá porrada em todo mundo no Inferno, abraça forte o Capitão - mas sem viadagens - e Namor os puxa de lá pela corda.

18 - O Capitão aparece no dia seguinte, batendo ponto na Shield. "Morto? Tem certeza? Eu não lembro de nada disso."

19 - O morto não era o verdadeiro Capitão, era a Mística.



- Mataram o Capitão América!
- Primeira vez na semana.



20 - Aparecem quatro Capitães: um negro, outro robótico, um jovem e um outro alienígena. E logo depois o verdadeiro.

21 - Colocamos sua mente no corpo do Visão e o chamamos de...hmmm... Visão Americana!

22 - O morto não era o verdadeiro Capitão, era o Nicholas Cage provando o figurino para um filme do Capitão América.

23 - O acontecido não foi real e sim um sonho de Tony Stark.

24 - O morto não era o verdadeiro Capitão, era seu irmão gêmeo idêntico, Bo Rogers.

25 - Bom, não me ocorre mais nada. Alguém mais?



- Mataram o Capitão América!
- Ah, cara! Vair dormir e me deixa em paz!

Retirado da Rapadura Açucarada, que por sua vez, tirou do El Blog de Jotacê

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terça-feira, março 27, 2007

Microsoft Ipod (ou Cri, cri, cri...)

Post de bolso, pros aventureiros que passam por aqui. Vejam aí, é lesgal.


quarta-feira, março 14, 2007

Hand Tailored Great Pockets Clothing

Interessante ver como a publicidade está encontrando espaços alternativos e formas diferentes de se comunicar mas, putz, me impressionei mesmo foi com esse site. Não sei em banda estreita, mas aqui funcionou muito bem.

Ah, a produção ajudou um montão, mas gostei do conteúdo também.

domingo, março 11, 2007

universal serial bus

Gadgets que realmente levaram a sério o conceito de utilidade "universal"...


Por módicas 39 libras você pode adquirir esse moderno console de destruição, com dois switches (pitocos, como queira), chave e... um botão vermelho! Na descrição do varejista:

"You just have to turn the key, flip the switches and press The Red Button! Fortunately you only get a honking noise rather than world destruction, but it's deeply satisfying.

This decidedly stupid, but nevertheless useful, four port USB hub is the perfect accessory for desktop destruction."

Na mesma linha, um lança-foguetes com conexão usb:


E, aqui, mais dessas gracinhas tecnológicas.

Criatividade sem limites, huh?

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