domingo, maio 28, 2006

Arqueologia popular para jovens

Enquanto tu partes - Quando me deixas, que encontro o sentido da minha solidão. Na sua partida contemplo minhas cadeias, refletidas na sua vinda. A liberdade da sua chegada me ensina, me ilumina, me comove. Ser só é, antes de tudo, que um estado fixo de incompletude. Estar só é, antes de mais nada, uma ânsia pelo futuro, pelo bálsamo de se estar acompanhado. Correndo ao infinito, ficar só também pode ser distanciar-se de tudo, buscando em meio ao nada, encontrar a razão, e a paz de se estar só. Mas no nada nem tudo se encontra, uma parte importante está distante. Uma parte do tamanho de tudo. Ser humano nenhum tem este dom, ou maldição, de ser feliz só. Alguns se aninham com Deus e a natureza, mas sós não, nenhum subsiste.

Destarte que nem tudo está perdido. Pois se parece negro o fato de ninguém vive só, alva é a realidade de que todos buscam alguém para cumprir seu traçado de amor e amizade. E assim todos prosseguem, achando no tudo uma resposta para o seu nada pessoal. Se vais, levas um pedaço de mim e me condenas a mim mesmo.Se voltas, me confundes do mundo, e retorno ao delírio ritmado da vida. Enquanto tu partes, revelo-me só, e me resumo à razão apática dos dias."

Desenterrado, mas surpreendentemente ainda faz todo o sentido do mundo. Precious things...